sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

síncope do vaso-vagal




O desmaio que deve preocupar
Autor: Carol Kleszcz


Doença, a síncope do vaso-vagal pode gerar desconforto nos pacientes



O que é o desmaio? Por que as pessoas "apagam" de repente? Os motivos são vários. Pode ser devido a um choque emocional, situação de estresse intenso ou até mesmo casos de doenças. Qualquer um desses fatores estimula o nervo vago a dilatar os vasos sangüíneos e diminuir a pressão arterial. A perda repentina da consciência é decorrente do baixo fluxo sangüíneo cerebral. Entretanto a recuperação é total e espontânea.
Muitas pessoas vêem o desmaio como algo dramático ou exagero emocional. Nem sempre é assim. Na maioria das vezes, a perda da consciência pode ser um dos sintomas da doença chamada Síncope do vaso-vagal. O termo médico "síncope" é sinônimo de desmaiar ou desfalecer. Além desse sintoma, as pessoas podem sentir suor frio, náuseas, tontura, ter vômitos e ficar com a visão turva.
A síncope é uma síndrome de importância significativa na prática clínica. A causa dos desmaios é quando há o desequilíbrio no controle da pressão arterial e da freqüência cardíaca, principalmente quando se permanece em pé por muito tempo.
Para confirmar os indícios da doença é feito o Teste da Mesa de Inclinação ("Tilt-table Test"). Esse teste tem como objetivo provocar o desmaio. O paciente deita numa mesa e tem seus batimentos cardíacos e a pressão arterial monitorados por equipamentos. Logo depois, a mesa é inclinada em vários ângulos, mas o principal é o de 80 graus. Quem tiver predisposição à sincope, acaba desmaiando no meio da avaliação.
Recentemente, a estudante Helouise Martins Bitencourte, de 14 anos descobriu que tem a síncope do vaso-vagal. "Desde meus 11 anos eu desmaiava algumas vezes e nunca descobria o motivo. Hoje já consigo lidar com isso um pouco melhor", disse.
Apesar de já saber o porquê de tantos desmaios, para a estudante o desconforto é grande. O segundo passo agora que descobriu a doença é a mudança de hábito, principalmente melhorar a alimentação, evitar praticar atividades físicas que requerem muito esforço e ficar muito tempo em pé.

Doença não mata, não é hereditária e tem controle
O nome pode assustar um pouco. De início, Ediléia Martins Bitencourte, 35 anos, mãe de Helouise sentiu esse medo. A primeira pergunta feita ao médico, segundo Ediléia, foi: Isso mata? Alguém já morreu com isso?
A resposta é não. A doença não mata, não é hereditária e tem controle. Gestantes portadoras da síndrome também podem ficar tranqüilas. A gravidez não será de risco, a não ser que estejam perto de escadas ou locais que possam sofrer uma queda caso desmaiam. Fora isso não há risco algum para a futura mamãe, muito menos para o bebê.
As preocupações de Ediléia diminuíram significativamente após descobrir a causa dos desmaios de sua filha. "Eu saí do consultório feliz, porque finalmente descobrimos o que minha filha tinha", disse. "Agora estou aliviada, mas tudo é muito cansativo e desgastante. A qualquer momento ela pode ter outra crise e eu tenho que estar alerta".
Mas e agora? Quais são os tratamentos indicados? Quem são os médicos responsáveis para tratar esses pacientes? Bom, as opções são várias. Segundo o homeopata e psicanalista clínico, Nivaldo Pereira Ribeiro, as opções que apresentam melhores resultados e podem levar a cura é à base de homeopatia e terapia.
"Acredito que é possível curar o doente fazendo o tratamento com terapias e homeopatia. A síndrome do vaso-vagal existe porque a criança ou adolescente passou por fortes pressões, medo, trauma ou estresse. O cérebro acaba entrando em pane e os resultados são os desmaios", explica.
De acordo com Nivaldo, os adolescentes são os mais atingidos. Traumas e medos de infância podem acarretar a síndrome, seja convivendo com pessoas que discutem constantemente, seja sentir-se pressionado com obrigações como, por exemplo, passar no vestibular. "Hoje em dia, a sociedade está muito mecanizada e só pensa nos deveres que tem que cumprir. Isso já afeta a geração atual e afetará também as gerações futuras. Por causa do acúmulo de estresse, às vezes a única maneira do cérebro tentar voltar ao normal é 'apagando'", disse.
As pessoas que tem a síndrome do vaso-vagal dispõem de várias formas de tratamento. O ideal, segundo Nivaldo, seria começar com uma terapia para descobrir e tratar a "base" do problema. "A síncope, sendo o desequilíbrio do espírito, mexe com a emoção do indivíduo. O resultado dessas emoções aparece no corpo por meio de doenças. É preciso tratar o psicológico para depois tratar a parte física", afirma.
A cardiologista Simone Neiva Lipe apresenta a mesma linha de pensamento que Dr. Nivaldo. "A síndrome é um desequilíbrio tanto emocional quanto físico. Eu aconselho a utilização de remédios homeopáticos, por apresentarem uma resposta melhor que os alopáticos", afirmou.
Em relação a atividades físicas, Simone pondera: "Não é recomendado fazer exercícios que exijam muito esforço. O certo é fazer tratamento de reabilitação com fisioterapeutas ou atividades mais leves".
Os médicos aconselham que as pessoas com a síncope evitem ficar em situações que podem ter riscos de acidentes como trabalhar ou passear em lugares altos sem a devida proteção, conduzir veículos durante ou após os surtos e ficar desidratada. Recomendam também o uso de meias elásticas, pois dessa forma há a redução do represamento do sangue nos membro inferiores e aumento do retorno venoso ao coração.
Caso sinta que está prestes a desmaiar, o melhor que se pode fazer para facilitar a irrigação do sangue no cérebro é deitar e colocar as pernas para cima. Outra forma também para evitar os desmaios é sentar e colocar a cabeça entre os joelhos.

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