sábado, 28 de novembro de 2015

Ministro do Esporte diz que prazo para adesão ao Profut pode ser estendido

Em passagem pelo Espírito Santo, onde participou de cerimônia na Prefeitura de Vitória, George Hilton afirmou que mais de 46 clubes aderiram ao refinanciamento


George Hilton, ministro dos Esportes (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
George Hilton, ministro do Esporte (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

Em Vitória para participar de uma cerimônia na Prefeitura na noite desta sexta-feira, o ministro dos Esportes, George Hilton, admitiu que o prazo para a adequação às exigências da nova Lei de Responsabilidade Fiscal do Futebol (Profut), que expira nesta segunda-feira, pode ser estendido.

De acordo com Hilton, até o momento, mais de 46 clubes aderiram ao refinanciamento. Sem falar em uma nova data limite, o ministro reconhece que os clubes menores têm mais dificuldades para cumprir todas as exigências, apesar das dívidas serem mínimas, em comparação aos grandes devedores.

- Nós estamos estudando a possibilidade da extensão desse prazo, uma vez que os clubes tem até o final do mês. A demanda maior é das equipes pequenas, que tem problemas com profissionais técnicos para preparar a documentação. Mas, devido a essa adesão de modo geral, com clubes maiores e menores, é possível que a gente consiga fazer isso - declarou o George Hilton.
+ Adesão ao Profut divide clubes, e relator defende prorrogação de prazo

As dívidas dos 100 maiores clubes brasileiros somam um montante de mais de 2 bilhões de reais (2.327.270.796,95). Entre os maiores devedores, já aderiram ao Profut: Flamengo R$ 350 milhões, Corinthians R$ 240 milhões, Atlético-MG R$ 235 milhões, Fluminense R$ 215 milhões e Vasco R$ 200 milhões.




Empresário confirma sondagem do Bahia por meia Ricardinho, do Ceará

Vice-presidente do Bahia diz que só fala sobre contatações após o anúncio do 
novo diretor de futebol. Ricardinho tem mais dois anos de contrato com o Ceará


Ricardinho, Ceará (Foto: Natinho Rodrigues/Agência Diario)
Ricardinho voltou a ser alvo do Bahia para a temporada 2016 (Foto: Natinho Rodrigues/Agência Diario)


Alvo do Bahia no início desta temporada, o meia Ricardinho, do Ceará, voltou a entrar na mira do Tricolor para 2016. Em contato com o GloboEsporte.com, o empresário do atleta, Eduardo Madeira, confirmou uma sondagem feita recentemente por um intermediário do clube baiano.  
- Eles me sondaram [por meio de um intermediário]. Mas o time tem que conversar com o Ceará. O Ricardo quer descansar, pelo segundo semestre sofrido que teve. Semana que vem ele pensa nisso. Ele é muito feliz no Ceará – disse o agente. 
Em maio, após ter sido procurado por Bahia e Vitória, Ricardinho acertou a renovação contratual por duas temporadas com o Ceará. Para ficar com o jogador, será necessário pagar uma multa. 
Procurado pelo GloboEsporte.com por meio da assessoria do Bahia, o vice-presidente tricolor, Pedro Henriques, afirmou que só falará sobre contratações após o anúncio do novo diretor de futebol. Após a demissão de Alexandre Faria, o cargo ficou vago. Neste domingo, Nei Pandolfo, ex-dirigente do Sport, deve ser anunciado pelo clube para gerir o departamento.





Vendas da Black Friday chegam a R$1,53 bilhão, dizem organizadores

Receita cresceu 57% na edição de 2015; celulares foram os mais vendidos.
Valor médio gasto foi de R$ 492, diz ClearSale, uma das organizadoras.


Consumidores aproveitam as promoções do Black Friday nas Casas Bahia da Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo, nesta sexta, 27 (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)


Consumidores aproveitam as promoções do Black Friday nas Casas Bahia da Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo, nesta sexta, 27 (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
As vendas online da Black Friday somaram R$ 1,53 bilhão, aumento de 57% em relação ao desempenho de 2014, quando as liquidações da última sexta-feira de novembro atingiram em R$ 978 milhões, informou a ClearSale que, em parceria com o BuscaDescontos, organiza a "BlackFriday.com.br".
Foram realizados 3,122 milhões de pedidos. O valor médio por compra foi de R$ 492. No ano passado, foram feitas 2,092 milhões de encomendas, a um valor médio de R$ 416.
Correspondendo a R$ 370 milhões, os eletrodomésticos lideraram a lista de itens pedidos. Celulares responderam por R$ 327 milhões, seguidos por eletrônicos, com R$ 240 milhões, bens de informática, R$ 146 milhões, e móveis, R$ 74 milhões.
Na edição 2015 da Black Friday, as compras realizadas por smartphones e tablets responderam por 9% das vendas e resultaram receita de R$ 140 milhões, informou o e-bit.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015


Dilma editará decreto para bloquear despesas de R$ 10 bi, diz Planalto

É o 3º contingenciamento no ano; ele pode causar interrupção de serviços.
Corte pode ser revertido se o Congresso aprovar mudança na meta fiscal.







A presidente Dilma Rousseff editará na próxima segunda-feira (30) um decreto para contingenciar mais de R$ 10 bilhões do Orçamento da União, informou nesta sexta (27) a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. Esse será o terceiro corte no ano.
O governo ainda não divulgou que gastos serão afetados, mas o relatório de receitas e despesas do Orçamento, enviado no último dia 20 pelo governo ao Congresso Nacional, já alertava para o risco de "graves consequências para a sociedade", como a interrupção de serviços públicos, em caso de um novo contingenciamento, e que um corte de R$ 10 bilhões significaria o bloqueio praticamente total de todas as despesas discricionárias (não obrigatórias) da máquina pública.
O novo bloqueio, o terceiro do ano, acontece em meio as dificuldades do governo de garantir noCongresso Nacional a aprovação da revisão da meta fiscal para 2015.
RESUMO
- O governo precisa acertar as contas para não incorrer em crime de responsabilidade fiscal
- O rombo até outubro está em R$ 33 bi
- O governo já revisou sua meta para um rombo de R$ 51,8 bi, mas depende da aprovação do Congresso
- O contingencimento proposto agora, de R$ 10 bi, é o terceiro do ano
- Ainda não foi informado onde serão feitos os cortes, mas serviços podem ser interrompidos
- Se o Congresso autorizar um déficit maior, o corte será revertido, o que governo espera que aconteça na semana que vem
Meta fiscal de 2015
Mesmo com o novo corte, não será possível atingir a meta fiscal de R$ 55,3 bilhões de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda) que está legalmente em vigor.
Até outubro, as contas apresentaram umrombo de R$ 33 bilhões, o maior da história. Para cumprir a meta deste ano, teria de haver um superávit de R$ 88,3 bilhões em novembro e dezembro.
Recentemente, o governo enviou ao Congresso uma proposta de alteração da meta, para um déficit de R$ 51,8 bilhões.
Se forem incluídas as chamadas "pedaladas" fiscais – os atrasos de pagamento aos bancos públicos dos últimos anos, que o governo pode ter que pagar este ano – e uma eventual frustração de receitas do leilão de hidrelétricas (que pode ficar para 2016), o resultado negativo pode chegar a R$ 119,9 bilhões pelo projeto quejá foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento.
Votação adiada no Congresso
O governo pode reverter o bloqueio de R$ 10 bilhões se a mudança da meta fiscal, para um déficit de até R$ 119,9 bilhões neste ano, for autorizada pelo plenário do Congresso nos próximos dias.
A expectativa do governo era de que isso acontecesse nesta quarta-feira. Entretanto, a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves, acusados de estarem atrapalhando as apurações da Operação Lava Jato, impediu a votação da matéria no plenário do Congresso Nacional.
Segundo explicou o Planalto, posicionamento mais recente do Tribunal de Contas da União(TCU), se o Congresso não aprovar a revisão da meta fiscal, o Executivo fica obrigado a bloquear as verbas discricionárias (não obrigatórias). A expectativa agora é que o Legislativo analise a revisão na próxima semana.
Conforme a Presidência, uma nota técnica será divulgada pelo governo na próxima segunda com as explicações e detalhes do novo contingenciamento no Orçamento. De acordo com o Ministério do Planejamento, o corte consiste em retardar ou inexecutar parte da programação de despesas previstas na Lei Orçamentária.
Lei de Responsabilidade Fiscal
Como o projeto que altera a meta fiscal passou apenas pela Comissão Mista de Orçamento, mas não pelo plenário, o governo teria, teoricamente, de fazer o contingenciamento de despesas para atingir a o objetivo fiscal que está valendo (superávit primário de R$ 55,3 bilhões para este ano) por meio de decreto presidencial.
Isso porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) diz que, se for verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas, os "Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias".
Com isso, caso não realize o bloqueio de gastos, o governo poderá vir a incorrer em crime de reponsabilidade e ter as contas de 2015 reprovadas pelo TCU – como já aconteceu com as contas do ano passado. Oficialmente, o TCU informou que "não há orientação do TCU sobre cumprimento de superávit primário em 2015, pois não há fiscalização do tribunal sobre o assunto até o momento", mas observou que a LRF estabelece a necessidade de bloqueio de recursos caso seja necessário.
A presidenta Dilma Rousseff decidiu cancelar as viagens ao Vietnã e ao Japão porque a partir de 1º de dezembro o governo não pode mais empenhar novas despesas discricionárias"
Secretaria de Comunicação da Presidência
Viagens canceladas
A presidente Dilma está preocupada com as dificuldades para aprovar no Legislativo o projeto que revisa a meta fiscal de 2015. Por isso, ela cancelou as viagens que faria na semana que vem ao Japão e ao Vietnã.
"A presidenta Dilma Rousseff decidiu cancelar as viagens ao Vietnã e ao Japão porque a partir de 1º de dezembro o governo não pode mais empenhar novas despesas discricionárias, exceto aquelas essenciais ao funcionamento do estado e do interesse público. Não se trata de problema financeiro, mas, sim, orçamentário", informou a Secretaria de Comunicação.
Rombo nas contas públicas
No relatório de receitas e despesas do orçamento, divulgado no dia 20, já enviado ao Congresso Nacional, o governo sublinha a importância de o Legislativo aprovar a alteração da meta fiscal deste ano e informa que o bloqueio de despesas necessário para atingir a meta em vigor seria de R$ 105,4 bilhões.
Informa ainda que o limite disponível de despesas discricionárias (não obrigatórias) do Poder Executivo é de R$ 113,8 bilhões, mas que R$ 30,5 bilhões são necessários ao cumprimento dos mínimos constitucionais de Saúde e Educação, restando, portanto, R$ 83,3 bilhões que poderiam ser contingenciados. Entretanto, acrescenta que o bloqueio destes R$ 83,3 bilhões "não é factível neste momento diante da atual execução orçamentária das despesas do Poder Executivo".
'Graves consequências'
Ainda no relatório de receitas e despesas, o governo diz que, até o dia 10 de novembro, R$ 99,3 bilhões já foram empenhados, restando um saldo de apenas R$ 14,5 bilhões que teoricamente poderiam ser contingenciados. Deste valor, porém, o governo diz que R$ 1,97 bilhão refere-se ao mínimo de Saúde e outros R$ 1,9 bilhão a emendas impositivas.
E acrescenta: “O cenário o contingenciamento possível das despesas do Poder Executivo, exceto emendas, é de R$ 10,7 bilhões, o que significa o bloqueio total de todas as demais despesas discricionárias do Poder Executivo exceto a Saúde”.
Mais adiante, o governo informa que o bloqueio destes R$ 10 bilhões, que acabou por ser autorizado nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff, levaria a "graves consequências para a sociedade, com a interrupção da prestação de importantes serviços públicos e da execução de investimentos necessários à manutenção da infraestrutura do País e à retomada do crescimento econômico".
Outros cortes
Em maio, foi anunciado um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões na peça orçamenatária, valor que foi acrescido de outros R$ 8,6 bilhões em julho. Até então, os principais itens afetados pelo contingenciamento do orçamento de 2015 são os investimentos e as emendas parlamentares.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

739 casos de microcefalia acendem alerta vermelho na saúde pública




O nascimento de 739 bebês com um perímetro cerebral menor do que o convencional até a última sexta-feira acendeu um alerta vermelho na saúde pública brasileira. O aumento, considerado pelo Ministério da Saúde como “inusitado”, de casos de microcefalia ainda não tem um motivo oficial, mas a principal suspeita é que ele tenha relação com o contágio das mães pelo zika vírus, transmitido pelomesmo vetor da dengue, o que coloca em foco a dificuldade do país em combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
A microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro do feto não se desenvolve de maneira adequada. O bebê, quando nasce, apresenta um perímetro cefálico menor do que os 33 centímetros considerados normais. Além de trazer risco de morte, a condição pode trazer sequelas graves para os bebês que sobrevivem, como dificuldades psicomotoras (no andar e no falar) e cognitivas (como retardo mental).
O número de casos suspeitos de microcefalia neste ano é mais de 400% maior do que o registrado no ano passado, quando 147 bebês nasceram com o problema – em 2013, foram 167 casos. Até o momento, o aumento anormal foi registrado em 160 municípios de nove Estados, todos no Nordeste, com um óbito possivelmente relacionado. A maior parte dos casos (487) se concentra em Pernambuco. “Uma vez que a causa da microcefalia ainda não é conhecida, as mulheres que planejam engravidar neste momento devem conversar com sua família e a equipe de saúde sobre a conveniência de engravidar neste momento ou não”, chegou a afirmar o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, no portal do órgão, em orientação às mulheres do Nordeste.
Nesta terça-feira, em uma coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, confirmou que há uma correlação positiva entre o vírus e os casos de microcefalia. "É o primeiro caso no mundo e, pelo ineditismo, não temos relatos em literatura e outros países que pudessem nos orientar."
O pediatra infectologista Marco Aurélio Safadi, professor da Santa Casa de São Paulo e secretário do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, concorda com a orientação de Maierovitch. “Não tem vacina, tratamento e intervenção que possa alterar essa consequência. É o momento de se evitar a gravidez, especialmente nessas áreas mais afetadas.”
Para ele, a dificuldade de se estabelecer a relação direta entre o contágio pelo vírus e os casos de microcefalia acontece porque a infecção pelo zika ocorreu, provavelmente, no primeiro trimestre da gravidez, período no qual há maior risco de se gerar a malformação congênita. Por isso, não era mais possível realizar exames para confirmar a hipótese, já que quando o bebê nasceu a infecção da mãe já havia passado. Mas, depois da suspeita de correlação, as equipes de saúde começaram a realizar punção do líquido amniótico de gestantes com fetos diagnosticados com microcefalia. Em duas dessas gestantes, na Paraíba, se detectou a presença do vírus. Essa foi a primeira vez, no mundo, em que se percebeu a presença do zika no líquido amniótico, o fluído que envolve o feto e ajuda a alimentá-lo.
Safadi ressalta que até o momento pouco se conhecia sobre as sequelas possíveis do zika, já que ele é um vírus de circulação bastante restrita a áreas remotas. “Agora, pela primeira vez, está circulando em local de alta densidade e com serviço de vigilância epidemiológica bem formado. Só agora é que se pode ter percepção da implicância neonatal que ele tem”, ressalta.

Surto no Brasil

O vírus zika é semelhante filogeneticamente aos da dengue e da febre amarela. Ele foi descoberto pela primeira vez na floresta de Zika, em Uganda, em 1947, em macacos usados como sentinelas da febre amarela (animais usados para que se monitore o aparecimento de uma doença). Mas, até 2007, ele era relativamente desconhecido, até que surgiu um grande surto em ilhas próximas aos Estados Federados da Micronésia (acima da Austrália). Entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014, um novo surto atingiu a Polinésia francesa, com 8.264 casos suspeitos. Nesta ocasião, foram identificados 38 casos de pessoas que haviam sido infectadas pelo zika e que desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré, uma doença caracterizada por uma inflamação aguda do sistema nervoso. Isso seria um indicativo de que o zika tem uma atração pelo sistema nervoso, o que ajuda a explicar a existência da microcefalia como uma das consequências.
Em fevereiro de 2015, começaram a surgir no Brasil casos que depois foram atribuídos à doença. Segundo um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, os casos se concentravam na região Nordeste do país e, na maioria dos casos, em pessoas na faixa etária de 20 a 40 anos. Uma das suspeitas iniciais era de que a entrada do vírus no país tivesse relação com a Copa do Mundo, ocorrida sete meses antes. Mas agora acredita-se que o vírus pode ter chegado com atletas de um campeonato de canoagem ocorrido em agosto passado no Rio de Janeiro, com forte presença de atletas dessa região da Oceania afetada pelo vírus. 
De acordo com o boletim, já foram registrados casos de zika vírus em 18 Estados, entre eles Rio de Janeiro e São Paulo, os maiores em população do país. Segundo um relatório da coordenação do Programa Nacional do Controle da Dengue, também do Ministério da Saúde, haviam sido notificados no Brasil até o mês passado 84.931 casos de zika por algum dos sistemas de vigilância do país.
Mas, estranhamente, apenas dois casos em Pernambuco, onde estão concentrados os maiores casos de microcefalia. Para a secretária municipal de Saúde de Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife) e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco, Gessyanne Vale Paulino, uma das explicações para isso é que muitos serviços de saúde desconheciam a existência do zika e, por isso, podem ter notificado casos da doença como sendo dengue. Segundo o mesmo relatório do ministério, o Estado notificou 80.338 casos suspeitos de dengue do início de 2015 a 19 de outubro  – número muito superior ao do mesmo período do ano passado (8.762). Isso pode ter se repetido em diversos Estados, já que a notificação de casos de dengue disparou neste ano: foram 1,4 milhão de casos prováveis até a mesma semana de outubro, diante de 538.050 casos no mesmo período de 2014. Outro vírus novo transmitido pelo mesmo mosquito vetor, ochikungunya, pode ter contribuído também para o estouro de casos, já que possui os mesmos sintomas da dengue.
Os dados de contágio por zika no país inteiro estão, provavelmente, bastante subestimados, já que a doença, por ser nova e ter sintomas parecidos e mais brandos que os da dengue, não foi colocada no hall de doenças de notificação compulsória pelo Ministério da Saúde. Além disso, o ministério estima que em 82% dos contaminados ela se desenvolva silenciosamente, sem apresentar qualquer sintoma.
Mas, para o infectologistas Celso Granato, do Fleury, ainda existem perguntas sem resposta em meio ao aumento dos casos de microcefalia. "É surpreendente esse relato, já que houve epidemias grandes na Polinésia que não tiveram esse mesmo resultado. Por que aqui houve tantos casos e não lá? Por que houve mais casos em Pernambuco?", questiona ele. Entre as explicações possíveis pode estar a genética (diferente entre Brasil e Oceania), a interação com outro fator externo, como um medicamento, ou até mesmo que não seja o próprio zika. "Parece ter uma peça faltando", ressalta.
De qualquer maneira, para especialistas, o caso demonstra a incapacidade do Brasil de conseguir controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de quatro tipos de dengue, do chikungunya e da zika. “A única ferramenta efetiva para combater a doença é controlar o vetor. A gente tem sido derrotado constantemente. O mosquito tem ganhado a batalha há muitos anos”, destaca Safadi.
Paulino, secretária de Saúde de Jaboatão dos Guararapes, afirma ainda que neste ano, mesmo depois de ter sido registrado um pico enorme de notificações de casos de dengue, o Ministério da Saúde atrasou o repasse dos larvicidas usados pelos agentes para matar as larvas do mosquito. "Teve uma insuficiência da quantidade solicitada. Nos últimos três meses recebemos larvicida pela metade", disse ela. O Ministério da Saúde confirmou em coletiva que houve um atraso, mas disse que o sistema de logística já está normalizado.
O ministro da Saúde afirmou ainda que existem algumas tecnologias possíveis para ajudar no combate ao mosquito, como a implementação de mosquitos trangênicos que impedem a continuidade do ciclo biológico do Aedes aegypti, o desenvolvimento de uma bactéria que contamina o mosquito, distribuir telas em casas de pessoas em risco de desenvolver a doença e a distribuição de repelentes. "São tecnologias nunca usadas em nenhum lugar do mundo. O que nos resta no momento é atacar de maneira mais efetiva o mosquito", disse Castro. "Vamos ter que mobilizar toda a sociedade nesse combate. Estamos enfrentando um problemão muito grande para resolver."

Com grande incidência de zika, Bahia está em Estado de alerta

Apesar de Pernambuco ter apresentado a maior quantidade de casos de microcefalia até o momento, o Estado da Bahia está em estado de alerta, pois foi o local onde foram notificados os maiores índices de suspeita de zika vírus do país neste ano. E, segundo Marco Aurélio Safadi, infectologista da Sociedade Brasileira de Pediatria, o surto no Estado aconteceu mais tarde, o que pode indicar que os casos de microcefalia comecem a surgir mais para frente -geralmente, a infecção que causa essa condição acontece nos três primeiros meses de gestação. 
Segundo o boletim do Ministério da Saúde (com dados possivelmente bastante subnotificados, já que a doença não era de notificação compulsória), a Bahia teve 56.318 casos suspeitos até o final de outubro (70% do total). Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, até 18 de novembro o número já havia subido para 62.635, em 284 municípios (dos 417).
Segundo o boletim do Estado, o pico da doença ocorreu nas semanas epidemiológicas 17 e 18 (de 26 de abril até 09 de maio) e, depois, houve um pico menor nas semanas 29 e 30 (entre 19 de julho a 01 de agosto). 
Em julho, o Estado já havia notificado 115 casos da Síndrome de Guillain-Barré, uma das possíveis consequências do zika. Até 18 de novembro já eram 173 casos de complicações neurológicas associadas, segundo a secretaria estadual, à "doença exantemática indeterminada" (provavelmente a zika), sendo 64 casos confirmados de Síndrome de Guillain-Barré e 75 ainda em investigação - 21 foram descartados para a síndrome. O Estado afirma que a quantidade de casos de microcefalia ainda estão dentro do normal  (foram 13 até o momento; em 2013 foram 15, por exemplo), mas diz que começou a observar um aumento em 22 de outubro. "Em 13 de novembro, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia foi informado da ocorrência de nove casos de microcefalia em filhos de gestantes com relato de casos zika vírus (...). Esses casos podem ainda não estar registrados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos [do Ministério da Saúde], mas o conhecimento dos mesmos em um curto espaço de tempo, deixam o estado da Bahia em alerta", disse a secretaria, em nota.

domingo, 22 de novembro de 2015

olimpíadas 2016



Ivete Sangalo interpretará tema para apresentação de ginástica na Rio-2016


Cantora fará versão de 'Aquarela do Brasil' para equipe brasileira de ginástica rítmica


A cantora Ivete Sangalo será responsável por interpretar a música de apresentação da equipe brasileira de Ginástica Rítmica nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada neste domingo pelo programa Esporte Espetacular, da Rede Globo.
Ivete cantará uma versão de Aquarela do Brasil, samba composto em 1939 por Ary Barroso. Segundo o anúncio, a escolha de Ivete atende a um desejo da própria equipe, que procurava alguém "de voz forte" para a interpretação.
As competições de ginástica rítmica na Olimpíada de 2016 serão disputadas entre os dias 19 e 21 de agosto, na HSBC Arena.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Mercado de trabalho tem pior outubro desde 1992 e fecha 169 mil vagas

O Brasil perdeu 818.918 empregos com carteira assinada no período de janeiro a outubro deste ano, em reação ao aprofundamento da recessão na economia.
Essa é a primeira vez que o saldo entre as contratações e as demissões foi negativo para o acumulado de dez primeiros meses do ano desde 2002, início da série histórica desses dados disponibilizada pelo Ministério do Trabalho.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (20), a partir do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que leva em consideração dados das empresas que atuam no mercado formal de trabalho.
Do total de vagas fechadas no acumulado de janeiro a outubro, 41% foram na indústria de transformação (-336.437). Em seguida, aparecem a construção civil e o comércio como setores em que houve maior fechamento de vagas.
"Apesar das 818 mil vagas fechadas no período, o Brasil emprega 40 milhões de pessoas com carteira assinada. Esse estoque ocupa a terceira melhor posição no ranking desde 2002, mesmo com a diminuição de 169 mil vagas no mês", diz Márcio Borges, diretor do Departamento de Emprego e Salário, do ministério.
PIOR OUTUBRO
Em outubro, sétimo mês consecutivo em que as demissões superaram as contratações, foram eliminadas 169.131 vagas com carteira assinada. O resultado também é o pior para o mês de outubro desde 1992. Em setembro
De acordo com os dados do Caged, todos os oito setores analisados fecharam vagas no mês passado. O da construção civil foi o responsável pelo maior corte de empregos (-49.830). Na sequência, aparecem a indústria de transformação (-48.444), o setor de serviços (-46.246) e agricultura (-16.958).
Os setores em que as quedas no emprego foram menores são: administração pública (-569), serviços industriais de utilidade pública (-1410), extrativa mineral (-1.413) e comércio (-4.261).
Das 26 Estados e Distrito Federal, houve criação de vagas em somente quatro –Alagoas (6.456), Sergipe (1.063), Tocantins (47) e Mato Grosso do Sul (41).
"Em Alagoas e Sergipe, a geração de empregos está diretamente relacionada à produção de cana e do subsetor de produtos alimentícios, que na indústria de transformação foi o único com resultado positivo na criação de vagas. Nos outros 11 segmentos da indústria houve perda de postos de trabalho em outubro", disse Borges. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

França confirma que mentor dos ataques foi morto em Saint-Denis
Foto sem data mostra o belga Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser mentor dos ataques terroristas em Paris, morto ontem em ações policiais em Saint-Denis

Foto sem data mostra o belga Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser mentor dos ataques terroristas em Paris, morto ontem em ações policiais em Saint-Denis

Autoridades da França confirmaram nesta quinta-feira (19) que Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor dos atentados em Paris, foi morto ontem nas ações antiterror em Saint-Denis, ao norte da capital. 
De origem belga, o corpo do jihadista foi "formalmente identificado após comparação de traços papilares", anunciou hoje a Procuradoria da República em Paris, de acordo com informações da imprensa francesa.
Segundo o comunicado, houve compatibilidade nas impressões digitais de Abdelhamid Abaaoud. "Foi o corpo que encontramos no prédio, coberto de balas", diz a Procuradoria. 
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, em pronunciamento há pouco, disse: "Abdelhamid Abaaoud desempenhou um papel determinante nestes ataques. A investigação irá determinar a implicação desse belgo-marroquino e permitirá reconstituir o percurso do terrorista originário de Molenbeek que se juntou à Síria em 2014".
Os atentados realizados em Paris na última sexta-feira (13), com 129 mortos e mais de 350 feridos, são considerados pelo ministro "um dos maiores ataques efetuados em solo europeu".
Em um primeiro momento, acreditava-se que Abaaoud estava na Síria, país onde os ataques teriam sido planejados. O rumo das tentativas de localizá-lo mudou quando foi encontrado um celular dando pistas de que o belga estaria em solo francês.
Até agora não havia sido confirmado que Abaaoud realmente estava em Saint-Denis, localidade alvo das buscas realizadas durante a madrugada e a manhã de quarta-feira. 
Dezenas de policiais cercaram um imóvel localizado a cerca de dois quilômetros do Stade de France, e houve explosões e tiroteios a partir de 4h20, no horário local.
Uma mulher que estava em um dos apartamentos do prédio cercado acionou explosivos que mantinha presos ao seu corpo e se suicidou. A agência de notícias Associated Press (AP), citando três oficiais da polícia francesa, afirma que ela era Hasna Aitboulahcen, prima de Abaaoud. Só havia rumores, por enquanto, sobre seu parentesco com o terrorista. 
Durante as ações policiais em Saint-Denis, diz a AP, foi perguntado a Hasna onde estaria seu namorado. A resposta teria sido: "ele não é meu namorado", se suicidando em seguida.
A agência também afirma que os corpos ficaram fragmentados, o que dificultou bastante a identificação.
Oito pessoas foram presas, todas sob suspeita de ligação com os ataques, e ainda não foi divulgado quem elas são.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, logo depois da confirmação da morte de Abaaoud, elogiou a polícia e chamou o belga de "cérebro dos ataques". 
"Eu quero agradecer o trabalho excepcional de nossos serviços de inteligência e da polícia", disse Valls.

Nascido europeu, jovem era considerado terrorista

Abdelhamid Abaaoud nasceu em 1987 e morou no bairro de Molenbeeck, subúrbio de Bruxelas (Bélgica). Segundo as investigações, ele era o líder de uma célula terrorista que pretendia agir em território belga logo após o ataque ao semanário francês "Charlie Hebdo", em Paris, no começo deste ano. O grupo foi descoberto em Verviers (Bélgica), dias depois do atentado.
Alvo de um mandado de busca e apreensão, Abaaoud estava desaparecido desde então.
No início de 2014, jornais belgas divulgaram que ele teria levado para a Síria seu irmão Yunis, de 13 anos, apelidado na época de "o jihadista mais jovem do mundo".
Abaaoud também apareceu em um vídeo de propaganda do Estado Islâmico, com barba pré-púbere e um turbante do tipo afegão, dirigindo uma caminhonete arrastando corpos mutilados. Diante da câmera, ele se diz orgulhoso de cometer atrocidades.
De acordo com o jornal flamengo "De Morgen", Abaaoud tinha o perfil de um jovem de classe média e foi enviado pelo pai a um excelente colégio no sul de Bruxelas.
"Tínhamos uma vida muito boa, uma vida fantástica, eu diria. Abdelhamid não era uma criança difícil e havia se tornado um bom comerciante. Mas, de repente, ele foi para a Síria. Nunca recebi qualquer resposta", disse seu pai em janeiro, Omar Abaaoud, ao jornal belga "Dernière Heure".
A família chegou à Bélgica há 40 anos.
"Abdelhamid envergonhou a nossa família. Nossas vidas foram destruídas", afirmou. "Por que, em nome de Deus, ele mataria belgas inocentes? Nossa família deve tudo a este país", disse o pai do jovem. (com agências de notícias internacionais)